Achava graça no fato de encontrar sempre as mesmas pessoas no caminho: o garoto do colégio que usava bandana, a moça peituda que usava uma calça colada, o corretor animado do quinto andar, a moreninha simpática do andar de cima... Divertia-se com a constatação de que mesmo sem saber o nome deles, cada um tinha um nome para ele.
Mal sabia que para o garoto do colégio que usava bandana, para a moça peituda que usava uma calça colada, para o corretor animado do quinto andar e para a moreninha simpática do andar de cima, ele era o garoto estranho que pendurava o cabo do guarda-chuva no bolso da bunda na calça jeans.
Cada um enxerga o que quer, do jeito que quer.
Conviva com isso.