terça-feira, 18 de outubro de 2011

Perguntas Importantes Antes

Toca o telefone:

- Alô.

- Alô, bom dia! Estamos fazendo uma pesquisa do Ibope em todo o Brasil sobre relacionamentos dos usuários com suas operadoras de celular, você poderia responder? (...) Ok, o seu nome qual é? (...) Então, senhor Samuel, gostaria de informar que para sua segurança está pesquisa está sendo gravada, mas os seus dados não serão disponibilizados publicamente. Se você tiver mais dúvidas, você pode consultar as informações da pesquisa na linha do Ibope, no número 0800-500-1000, certo? (...) Ok, então, para começar, qual é a sua operadora de celular?

- Vivo

- Vivo? Ok, senhor, nós já batemos a meta de pesquisa com usuários da Vivo. Muito obrigado e tenha um bom dia...

- ¬¬''


Perguntas importantes antes, por favor.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

E na balada pós Dia das Crianças...

E na balada pós Dia das Crianças:

- E aí gata... curtiu?
- Curti, curti - disse ela, num misto de vergonha e orgulho pela noite recém-terminada
- Ah, então me adiciona no Face!
- Pode ser! E como eu te encontro?
- É bem fácil... eu tô usando uma foto do Seiya de Pégasus!!!!

E eles nunca mais se falaram...



Sam nunca gritou "me dê sua força, Pégasuuuuuuuu!"

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Multa de Trânsito

Cenas da vida irreal

No café da manhã:
- Filho, você andou dirigindo em alta velocidade por aí?
- Não. Porquê?
- Chegou uma multa de trânsito. Com o seu nome.
- (GULP!) Não assumirei nada até que seja provada minha culpa.
- Tem uma foto do motorista.
- (CUSPINDO A TORRADA) Duvido que seja eu.
- É ruivo.
- SOMOS 2% DA POPULAÇÃO MUNDIAL, que preconceito gente.
- Está usando um cardigã.
- Nunca ignore uma tendência fashionista.
- Tá batucando no volante.
- (...) Droga.

Nunca aconteceu. Mas podia...

domingo, 18 de setembro de 2011

Aquela Música Lenta

(Ouça a música. Imagine a cena. Dance junto.)



Atravessou o salão inteiro em sua direção. Parou a dois passos do lugar onde ela estava sentada. Ela sorriu. Pousou delicadamente o copo na mesa e esperou pelo próximo passo do cavalheiro que estava em sua frente. Ele estendeu a mão direita em sua direção, como se estivesse prestes a ter em seus dedos a flor mais bela da Terra.

E a flor mais bela da Terra estendeu sua mão para ele.

Ela levantou da cadeira e saiu com ele pelo salão, a ponta dos seus dedos segura nos dedos dele. Ao chegarem no meio do salão, gentilmente desfizeram os laços dos seus dedos. Ele colocou a mão em sua cintura; ela em seu ombro. A mão esquerda dele flutuou suavemente com a mão direita dela ao lado de seus corpos. Bailando no meio do salão, eram como uma pintura.

Ela usava um fina luva de cetim. Ele lembrou-se de Shakespeare: “Veja só como ela gentilmente segura o queixo entre as mãos. Quisera eu ser suas luvas, apenas para poder tocar em seu rosto!” E assim o fez.

A mão da cintura a puxou para mais perto. Aproximou o seu rosto do dela. Faíscas voaram. Permitiu-se respirar fundo e sorver o perfume dela por inteiro. Ela repousou o rosto em seu ombro. E assim atravessaram o salão, como se estivessem sozinhos.

Nenhuma das causas mais nobres, ditas pelos homens mais poderosos do mundo, seriam o suficiente para tirá-lo daquele momento único. O ritmo da música tocada pela banda rimava com a batida dos seus corações, em uníssono. Ao fim da canção, num ato misto de paixão e ímpeto, ela entrelaçou seu pescoço com seus braços. Ele colocou as duas mãos em sua cintura e a puxou mais perto ainda.

Não houveram beijos, não houveram palavras. Não foram necessários milhares de motivos para viver aquele sentimento; era um sentimento que por si só já era suficiente. Ao início da próxima música, eram apenas um. E assim seguiram pelo resto da noite. 

Milhares de palavras e frases surgiam a todo momento, para ele pronunciar caso tivessem que quebrar o silêncio. Mas não havia nada mais verdadeiro a dizer para ela do que a frase que o martelava como uma verdade absoluta.

- Ah, como eu desejei essa música lenta...

Fim

sábado, 30 de abril de 2011

Cada Um Enxerga o que Quer, do Jeito que Quer

A saída do trabalho até o estacionamento era uma diversão.

Achava graça no fato de encontrar sempre as mesmas pessoas no caminho: o garoto do colégio que usava bandana, a moça peituda que usava uma calça colada, o corretor animado do quinto andar, a moreninha simpática do andar de cima... Divertia-se com a constatação de que mesmo sem saber o nome deles, cada um tinha um nome para ele.

Mal sabia que para o garoto do colégio que usava bandana, para a moça peituda que usava uma calça colada, para o corretor animado do quinto andar e para a moreninha simpática do andar de cima, ele era o garoto estranho que pendurava o cabo do guarda-chuva no bolso da bunda na calça jeans.

Cada um enxerga o que quer, do jeito que quer.

Conviva com isso.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Madrugada

Madrugada de quarta pra quinta, 4h50min da manhã, cachorros latindo, alarme tocando, e o momento mais criativo do meu dia.

Hoje é quarta-feira
E eu vou ver TV
Você vai dormir cedo
E eu não sei porque
Você está do outro lado da cidade
E eu estou aqui
E quando os dois forem pra cama
Sei que nenhum vai dormir

E se de noite esfriar
Quem vai te esquentar?
E caso a noite esquente
Quem vai puxar sua coberta pra você não suar?
E logo de manhã
Quando sair o sol
Eu vou fazer o café
E deixo você com o lençol

Mas quando eu durmo sozinho e me sinto só
Eu peço por favor que você tenha dó
De nada adianta ter uma cama grande assim
Se eu não tenho você
E você não tem a mim

Sam espera que ela venha pra esse outro blog, logo logo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Documentário

Tarde da noite. Ela manda uma mensagem pra ele:

- Assisti um filme que lembrei de ti. O nome era "Te Amarei Para Sempre".

Ele estava assistindo um documentário do Rush.

Ela ficou sem resposta.